domingo, 28 de junho de 2009

um breve conto

- " Agora pois permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor..."
Era o que eu pensava, era o que eu imaginava até conhecer Ele. Não sei se era falta de fé ou algo do gênero... eu só não acreditava. Quando O conheci, não, digo, quando ouvi sobre Ele a primeira vez não me comovi com nada e nem conseguia digerir a questão de que toda aquela gente se sentia bem e O amava de uma maneira irracional... para mim tanto fazia estar ali ou em qualquer outro lugar, para mim nenhum sentimento ou qualquer emoção era real e intenso porque todos mentem e são falsos e mostram "aquilo que é socialmente aceitável"... para mim não passavam de mentiras, para mim todos estavam querendo me enganar e tentar me tornar como eles.
Embora eu também me considerava uma "falsa" e "mentirosa" comigo mesma, pelo menos eu não era assim com os demais, fazia questão de de expressar meus sentimentos para com eles, fazia questão que soubessem o quanto os odiava. Sempre ouvia sobre Ele e achava que O conhecia: Ele era o cara legal, que tratava todos bem e que buscava o melhor para todos e me questionava se Ele realmente não teve nenhum sentimento de raiva. ódio ou sei lá... poxa Ele "era um homem também" ou pelo menos foi. Mas Ele sempre falava com as pessoas, mostrava que valia a pena todo e qualquer sacrifício, que o arrependimento cura e que com essa atitude você se sentia bem mais leve (e o pior é que Ele tinha razão! Cada vez que eu soltava tudo o que me corroía por dentro sentia minhas costas bem mais leves, cada vez que chorava de amargura por ter sido tão rude, tão besta sentia um alívio imenso e vontade de cantar porque eu sabia que alguém estava me ouvindo, sabia que alguém entendia o que eu sentia e o melhor, sabia que ele não me julgaria por isso... eu sabia que era Ele) Talvez foi por isso que eu tenha O descoberto: "Ele era tão sincero e transparente com os outros... comigo.. Talvez Ele fosse como eu, ou eu como Ele"
Mas como? Como ele podia agir assim com eles? Ele não via as injustiças, as maldades, cada mentira e desonestidade? Eu estava injuriada e queria saber como era possível... Como Ele conseguia... esse negócio de amar incondicionalmente e de esquecer tudo o que fora feito! Ele simplesmente não poderia jogar no lago do esquecimento... Ele não poderia dar a sua vida para tanta gente má, descontrolada e mau caráter para que elas tivessem vida. Por que sofrer por gente que só em seus próprios umbigos? Por que sangrar em lugar daqueles que fazem tantas pessoas sangrarem não só no corpo mas na alma? Qual o nexo de ser humilhado nos lugar daqueles que humilham, que matam, que destroem...? Por que dar a vida em favor de assassinos? Qual é o significado e o sentido de tanto amor?
Se Ele é capaz de fazer tudo isso, se Ele comove tanto os demais por que então eu não sentia? Acho que eu fiquei mais injuriada e revoltada... mas do que já era!
Poxa se Ele era tão legal com todo mundo, se Ele amava todo mundo por que não a mim também? O que eu tinha de diferente nos demais? Essa inveja e esse sentimento de abandono me matavam... Cada instante sozinha me assombrava e fazia com que aumentasse a sensação de não servir nem para quem acredita que todos servem, que deseja que todos se salvem...
Ahhhhh como aquilo que matava diariamente!
Tentei entender de todas as formas qual era o meu problema... até que Ele se compadeceu de mim e me mostrou que não era eu e sim Ele, era o tempo d'Ele para que aquilo que Ele quisesse fosse feito da forma mais benéfica para mim - mesmo sendo eu má, descontrolada e mau caráter como todos - Ele me mostrou o amor... o porquê de ter feito tudo aquilo...
"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito para que todo aquele que nele crê não pereça mas tenha a vida eterna..."
João 3:16

Agora eu entendia o porquê de tudo, agora eu conheço o amor d'Ele...

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